sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal

"Se tem uma coisa que eu detesto nesse mundo são as festas obrigatórias em que as pessoas choram porque estão alegres, os fogos de artifício, as musiquinhas chochas, as grinaldas de papel de seda que não têm nada a ver com um menino que nasceu há 2 mil anos num estábulo indigente."

Gabriel.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Nós, deus e os demais

pessoas,
pessoas triviais, pessoas que peidam, pessoas que
fodem, pessoas que choram, pessoas
que fumam, pessoas que vomitam,  pessoas
que vendem
pessoas, pessoas que fazem
aniversário, pessoas que escrevem
poemas, pessoas que são
infelizes, pessoas que
matam pessoas. pessoas que matam
a si próprias. a conveniência, a hipocrisia e
a ordinariedade estão em toda
parte. as pessoas e as propagandas são a
prova disso. pessoas pecam em nome de deus, enquanto
deus está alheio às pessoas e
comete seus próprios pecados. mas as pessoas
não importam. não para
nós. pois nossa saudade é maior que
deus e nosso amor é mais
real que deus e nossa tristeza é mais
bonita que deus - pois
não precisamos de
deus para estarmos
felizes.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Novembro

oi,
parabéns pra ti. fiquei sabendo
ontem que teu aniversário foi antes de
ontem - confesso que
esqueci. não sou muito bom com
ontens e
datas, mas mamãe ainda
fala de ti,
às vezes. Eu vou
bem. novembro foi um mês
agradável e
sereno em grande parte de seus
dias. continuo bebendo pouca água e
abusando da mostarda. estive pensando em como as coisas são mutáveis e,
em sua grande maioria,
totalmente descartáveis. descobri
que penso cada vez menos 
em ti, e esse pensamento agora é tão indiferente quanto 
tudo.ainda abuso do álcool. meu
estômago ainda dói
bastante
e esses são provavelmente os últimos versos que
escrevo pra ti: acontece que todos nós rimos e
choramos e
morremos e trepamos, assim como
todos temos sonhos e
medos e alguns medo de sonhos e outros sucesso em recearem o
fracasso. é,
pode ser que estrada
bifurque, que o acaso se
esconda ou que fique pro há de
ser. afinal, tudo é tão
irrelevante e nosso existencialismo é tão paradoxalmente
abstrato.